Na última sexta-feira (19/07/2024), um apagão cibernético global causou interrupções em companhias aéreas, empresas e serviços de emergência. Esse evento foi atribuído a uma falha em um antivírus corporativo da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, destacando a fragilidade e a dependência do mundo moderno em relação aos sistemas de TI.
A interrupção global foi resultado de um problema no software da CrowdStrike, especificamente no seu produto principal, o CrowdStrike Falcon. Este software é uma plataforma de segurança que fornece detecção de ataques em tempo real, proteção automatizada e é usado por grandes corporações e clientes governamentais, incluindo grandes bancos globais, empresas de saúde e energia.
De acordo com o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, o problema foi identificado como um defeito em uma única atualização de conteúdo de seu software nos sistemas operacionais Microsoft Windows. Esta atualização incorreta causou instabilidades, levando a falhas em sistemas críticos.
George Kurtz afirmou que a empresa implementou rapidamente uma correção para resolver a interrupção e que a falha “não foi um incidente de segurança ou ataque cibernético”. A CrowdStrike está ativamente trabalhando com os clientes afetados para restaurar a normalidade. Um comunicado orientou os clientes a reiniciarem seus computadores e realizarem outras ações caso ainda estivessem enfrentando problemas técnicos.
A falha teve consequências significativas para várias companhias aéreas. A Azul Linhas Aéreas informou que alguns voos sofreram atrasos devido à intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas. A companhia orientou os clientes a chegarem com antecedência ao aeroporto de embarque e procurarem pelo balcão de atendimento da empresa. A GOL Linhas Aéreas, por outro lado, afirmou que suas operações e sistemas não sofreram impactos. A Latam também alertou que a operação poderia ser afetada pela queda mundial da Microsoft, potencialmente gerando atrasos em voos. Até o momento, a Latam não reportou impactos significativos, mas lamentou os inconvenientes causados aos passageiros.
Os bancos também foram afetados pela interrupção. O Bradesco relatou que seus canais digitais estavam indisponíveis e que equipes estavam atuando para normalizar os serviços. Os terminais de autoatendimento, como caixas eletrônicos, funcionaram normalmente. O Nubank informou que seus serviços operavam normalmente, mas houve impacto no canal de atendimento aos clientes, com interações levando mais tempo que o habitual. Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander, Caixa e BTG Pactual não relataram problemas significativos. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicou que a maioria das instituições financeiras já normalizou seus serviços.
O Ministério da Saúde informou que não sofreu impactos do apagão cibernético, pois não utiliza a solução/software que causou a indisponibilidade digital em outras áreas. No entanto, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, relatou quedas no sistema, causando longas esperas para pacientes com exames agendados. A coleta de exames laboratoriais foi temporariamente suspensa devido ao problema enfrentado pelo parceiro que processa as amostras. O hospital afirmou que seus sistemas foram restabelecidos rapidamente e que as rotinas foram gradualmente normalizadas.
O especialista em segurança cibernética Troy Hunt destacou a gravidade do evento, comparando-o ao temido Y2K, conhecido como o “bug do milênio”. Ele afirmou: “O apagão cibernético global que causou interrupções em companhias aéreas, empresas e serviços de emergência nesta sexta-feira (19) pode ser a ‘maior interrupção de TI da história’. Não acho que seja muito cedo para dizer: esta será a maior paralisação de TI da história. Isso é basicamente o que todos nós estávamos preocupados com o Y2K [‘bug do milênio’], mas dessa vez realmente aconteceu.”
Este incidente destaca a importância da robustez e da confiabilidade dos sistemas de segurança cibernética. Ele serve como um lembrete de que, apesar das melhorias tecnológicas, a dependência excessiva em sistemas automatizados pode ter consequências significativas quando algo dá errado. As empresas devem estar preparadas para responder rapidamente a falhas e garantir que seus sistemas de backup e recuperação de desastres sejam eficazes.
A falha na atualização do software da CrowdStrike e suas consequências globais mostram como é crucial para as empresas de segurança cibernética manterem um rigoroso controle de qualidade e testagem de suas atualizações. Para os clientes, é um alerta sobre a necessidade de ter estratégias de mitigação de riscos e planos de contingência bem definidos.
Integrar o registro automático de ligações ao histórico de clientes no RD Station CRM é uma estratégia indispensável para empresas que desejam...
No universo dinâmico dos call centers, a eficiência no atendimento é crucial para garantir a satisfação e fidelidade dos clientes. No entanto, é comum...
A mineração de dados é um dos pilares da tomada de decisão moderna, permitindo às empresas não apenas compreenderem o passado, mas também...
O suporte em TI para empresas consiste em um conjunto de serviços essenciais que garantem o bom funcionamento, segurança e continuidade das...